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Não faço mais bolhas de sabão…
Mas, a memória me traz o tempo gostoso da infância, quando eu as fazia.
Não é como agora que já vem tudo prontinho e a criança só assopra um disquinho molhado num líquido bem preparado e uma multidão de bolhinhas coloridas enchem o espaço e os olhos de alegria
No meu tempo de criança, a gente preparava tudo: uma canequinha velha com água e sabão e um talo de mamoeiro.
Aí, sim! Sentava no degrau da porta e era uma festa só!
A intenção era fazer uma bolha bem grande.
E, íamos vendo a gota de água com sabão crescendo, crescendo até se transformar numa bolha multicolorida.
E, nós a desprendíamos com cuidado e ela rodava subindo devagar: lindíssima nas cores que o arco-íris lhe dava de presente… E depois se apagava.
E a gente fazia outras e mais outras, de tamanhos variados.
E depois só o espaço!
E assim foram com as pessoas e coisas que marcaram minha infância: a 1ª professora, a catequista, minha madrinha preta, o pipoqueiro, o homem dos bijus, o jogo de cabra-cega, os bloquinhos inocentes de carnaval.
São lembranças lindas bem curtidas, mas se foram como as bolhas de sabão.
E vai me dando saudades delas, das pessoas, das coisas, saudades de mim mesma.
Já não faço mais bolhas de sabão.